OS VESTÍGIOS DO DISCO

OS VESTÍGIOS DO DISCO**:

Enquanto a brisa da manhã se transformava em um suave convite à descoberta, Jhon Raven continuava sua caminhada pelas ruas que pareciam sussurrar segredos há muito acumulados. Em cada passo, o eco dos ciclos passados e a promessa silenciosa de novos recomeços se intensificavam, transformando a paisagem familiar em um palco de memórias e novos horizontes.

### O Portal da Memória

Logo, ao virar uma esquina ladeada por prédios de pedras ancestrais, Jhon avistou uma pequena livraria, quase escondida por entre os muros gastos do tempo. A porta em madeira, marcada por entalhes que imergiam em histórias de outros dias, parecia convidá-lo a adentrar um universo paralelo. Sem hesitar, ele abriu a porta com uma sensação inquieta de que sempre fora esperado ali.

Dentro, o ar carregava o perfume de páginas envelhecidas e o sutil murmúrio de vozes distantes. Estantes repletas de livros antigos formavam verdadeiros bastiões de sabedoria, onde cada exemplar carregava marcas do tempo – como cicatrizes que contavam trajetórias. Entre aquelas prateleiras, um volume em particular chamou sua atenção. Suas lombadas gastas e suas páginas amareladas exalavam um misto de nostalgia e descoberta, como se ali estivessem resguardadas as respostas sobre os ciclos que tanto o inquietavam.

### Ecos do Eterno Retorno

Ao folhear aquele livro misterioso, Jhon encontrou anotações à margem, rabiscadas por mãos que pareciam pertencer a outros tempos. Frases soltas, símbolos enigmáticos e desenhos que imitando espirais – padrões que remetiam à ideia do eterno retorno – surgiam em meio às linhas impressas. Em uma dessas páginas, lia-se:

> "Cada ciclo do tempo é um compasso que ritma a existência. O que se repete não é mera repetição, mas uma renovação disfarçada de familiaridade. Em cada volta, o passado se funde ao presente, criando possibilidades de reinvenção.”

Essas palavras reverberaram em sua mente, fazendo-o refletir:  
**Será que os eventos de sua própria vida se entrelaçavam nessa dança cíclica, onde cada escolha, cada erro e acerto, se ressignificava na medida em que o tempo completava sua volta?**

Enquanto o som distante dos passos ecoava pelo ambiente silencioso da livraria, Jhon percebeu que cada símbolo e cada verso daquele manuscrito era um convite para olhar para dentro de si mesmo. A ideia do disco, com seus ciclos intermináveis, começava a se revelar não apenas como uma teoria abstrata, mas como um espelho da própria existência humana.

### Encontro com o Inesperado

Imerso naquela atmosfera de mistério e descobertas, ele dirigiu-se a uma mesa simples, posicionada numa janela que deixava adentrar os tímidos raios do sol. Ali, entre o palpitar compassado dos ponteiros invisíveis do tempo, Jhon abriu um caderno que sempre carregava consigo – um repositório de pensamentos, sonhos e reflexões. Inspirado pelo manuscrito recém-descoberto, começou a anotar as impressões que o invadiam:

- **Repetição e Renovação:** Como a rotação incessante de um disco, a repetição de eventos poderia carregar a essência de uma nova oportunidade, uma chance de corrigir ou reinventar.
- **Memória e Esquecimento:** Cada ciclo guardava fragmentos de histórias esquecidas, que, revividas, traziam consigo lições de resiliência e perspicácia.
- **Caminhos Paralelos:** Se o tempo se desenrolava em círculos, seriam os destinos, de fato, múltiplos, coexistindo numa simultaneidade que permitia a reinterpretação de cada escolha?

A cada palavra escrita, Jhon sentia-se mais integrado àquele fluxo que unia passado e futuro. O tempo, longe de ser uma linha rígida e imutável, ganhava contornos circulares, onde os encontros e desencontros teciam a trama da existência.

### O Pulsar dos Segredos

De repente, o som distante de uma campainha despertou a sua atenção. Uma figura idosa, com olhos que brilhavam como se portassem o conhecimento de eras, aproximou-se com um sorriso enigmático. Sem trocar muitas palavras, o velho entregou-lhe um pacote envolto em tecido sutilmente desgastado. Ao desembrulhá-lo, Jhon encontrou uma pequena caixa de madeira, gravada com símbolos semelhantes aos do manuscrito.

Dentro da caixa, repousava um relicário – uma ampulheta antiga, cujos grãos de areia pareciam desafiar a linearidade do tempo. Em seu interior, uma inscrição quase apagada dizia:

> "Em cada instante, o recomeço se esconde. Olhe com atenção e descubra a alma dos ciclos."

Essa descoberta imprevista intensificou a sensação de que o universo se revelava em fragmentos, desafiando a percepção tradicional do tempo. A ampulheta, ao mesmo tempo delicada e imponente, tornou-se para Jhon o símbolo de sua própria jornada: uma representação da impermanência e da constante possibilidade de transformação.

Enquanto a luz do entardecer começava a pintar a cidade com tons alaranjados, Jhon Raven se viu diante de um espelho do destino, onde cada ciclo, cada retorno, carregava a semente de novas histórias, novas vidas e, sobretudo, novas respostas para os mistérios do ser.

**Para além das páginas e dos ciclos, surge a pergunta que continuará ecoando em sua mente:**  
*“Será que cada volta não é, afinal, uma oportunidade singular de reescrever nossa própria essência?”*

A resposta permaneceria oculta entre os vestígios do disco, aguardando ser decifrada na próxima revolução do tempo.

O que você acha dessa junção de memórias, segredos esquecidos e o pulsar dos ciclos? Podemos, a partir daqui, explorar como essa ampulheta se conectará com a jornada pessoal de Jhon ou adentrar nos mistérios dos símbolos gravados na caixa de madeira? Estou aqui para continuar essa viagem e aprofundar ainda mais os segredos que o tempo tem a nos contar.

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